Somos todos deficientes

Somos todos deficientes
Vivemos em uma sociedade de deficientes auditivos e visuais devido ao egoísmo, a ignorância, ao medo e as ganâncias vigentes.
Somos cegos e surdos as necessidades das nossas crianças (todas as crianças são nossas responsabilidade). Toda pessoa, profissional, instituição política/religiosa ou empresa, que ao olhar para uma criança e não tem a correta percepção de ver, sentir e interagir com esta criança como se fosse seu próprio filho/a, é um ser mentalmente e emocionalmente deficiente – espiritualmente deficientes.
Como é que uma pessoa/profissional/instituição ou empresa – que nasceu e cresceu na violência e no egoísmo, podem cuidar de todas as crianças como se fossem suas? Uma cultura que tem como base o individualismo – que promove e aplica uma educação de diferenciação e exclusividades -, apenas pode formar crianças egoístas e violentas. Nosso computador pode ser de ultima geração, mas a nossa mente é da idade média – vivemos uma cultura de invasão, abandono e saque, é <<uma cultura de morte e não de vida>>.
As crianças estão morrendo diariamente, aquelas que não morrem hoje – de fome, doença, abandono, drogas ou por tiro, ou ainda, são escravizadas sexualmente – se tornam os algozes, matadores diretos ou indiretos. A indiferença as crianças que <<não são os nossos filhos>>, consciente ou não, é também uma cumplicidade por omissão ao abandono de todas as crianças.
Uma possibilidade para aprendermos – juntos -, é aprendermos a ver e a ouvir de maneira não reativa ao que está realmente acontecendo com <<a nossa mente>>, que a torna uma mente deficiente, inflexível e limitada. Para isto é preciso encontrar em nosso coração a disponibilidade para aplicarmos uma eficiente atenção para si mesmo. E consequentemente aprender a compreender como a violência e a ignorância, através do egoísmo, funcionam em nossa própria mente. Que nos impede de amar as crianças.
A única maneira de salvarmos as crianças (e o planeta) é deixando de ser egoístas.
Inicialmente podemos buscar descobrir; onde nos encontramos diante da responsabilidade coletiva com as crianças? E para isto, precisamos aprender a ficar em silêncio – e ter a coragem para testemunharmos o que está realmente acontecendo – hoje – a todas as crianças.
A criança abandonada de hoje é a criança desequilibrada de hoje e será o adulto desequilibrado de amanhã. E devemos nos lembrar de que, no futuro, ela estará vivendo no mesmo mundo que os nossos queridos filhos e netos vão viver. Somos então, cúmplices por deficiência e por omissão pela violência que os nossos filhos e netos sofrem, vão sofrer e promover, hoje e no futuro.
Muitos dizem que a educação é a saída, e isto é certo. Mas aquele que é cego e surdo por egoísmo e inflexibilidade, vai educar o que? Apenas pode formar outro egoísta cego e surdo.
Uma das possibilidades é aprendermos a nos relacionar com a realidade por uma correta percepção do momento presente, pois será com a identificação precisa de onde nos encontramos (diagnóstico) que poderemos – juntos – renovar-nos e recriar as possibilidades de ação.
Temos que aprender a contemplar com responsabilidade a nossa realidade, isto tem início através de uma mente silenciosa, corajosa e não reativa aos fatos. E a partir dai por um estado de resiliência real – aprendendo por correta percepção e junto com as crianças -, vamos encontrar as novas soluções para o nosso perene egoísmo individual e coletivo.
Causar dano as crianças é causar dano a Si Mesmo.
E assim o balsamo do Amor, ao compartilhar a prosperidade e a Sabedoria, vai curar – pouco a pouco – esta deficiência que existe na realidade de todos. Na mente de cada um há a ilusão de que somos indivíduos diferentes e vivemos separados de todos – egocentrismo.
Enquanto não vivermos atentos a nossa realidade diária, de que somos uma família humana com a beleza do colorido das superficiais diferenças, apenas seremos: pessoas, famílias, empresas e instituições deficientes.
Temos que aprender a ver e a ouvir em silêncio. E a partir da compreensão que surge pela atenção eficiente ao momento presente, vamos agir em Amor e em Sabedoria na construção – hoje – dos próximos 500 anos.
A guerra de amanhã é declara hoje e a paz também.
Somos todos deficientes enquanto formos egoístas e preocupados apenas com os nossos filhos (com a pseudo-perpetuação de nosso “eu”). Quando ousarmos olhar para “outra criança”, como se olhássemos para o nosso próprio filho/a, aí sim, vamos descobrir que amamos de verdade, pois deixaremos de alimentar o câncer coletivo da cultura da individualidade.
Mas, enquanto isto parecer ser uma utopia, devido a inércia da preguiça da cultura do egoísmo, todos nós podemos usar as vagas de deficientes nos supermercados.
Concordar e nada fazer é o nosso cabal <<auto atestado de deficiente>>.
Mindfulness Advaita Sesha– Uma possibilidade real para educarmos as crianças e ajudarmos o mundo.
Somos a eficiência que você precisa.
Medite
Eloi Campos